terça-feira, 15 de dezembro de 2009

L'inizio





Enfim... estou aqui.
Certo, três meses já se passaram desde que cheguei aqui (3 meses! o.0), e apesar da constatação eufórica e perturbadora de como o tempo passa rápido, implicando que por um lado se deve aproveitar cada momento vivido ao máximo e, por outro, que o tempo que separa os entes amados pode ser não tão significativamente marcante assim, isso não vem ao caso.
O fato é que só recentemente comecei a sentir que, de fato, estou vivendo aqui. Não que tudo isso aqui ainda não pareça "a fantasy world" (vou explicar), mas recentemente e aos poucos to me sentindo mais presente na realidade local, e isso, ainda que pareça sem sentindo para os leitores do outro lado do Atlântico, pode ser o resultado de toda uma vida de aprendizados, tristezas e alegrias vivida... em três meses.

Aviso: post sentimental e longo.

Andei me perguntando se eu estava preparado pra tudo o que viria nessa nova empreitada louca do *,  mas desde que cheguei percebi que eu nunca estaria pronto. E ninguém nunca está pronto pra tudo o que a vida traz, ainda mais se essa pessoa decidir deixar a melhor época da sua vida pra traz e se mudar pra outro país. O fato é que as coisas acontecem de tal forma "bisonha" por aqui, que tudo parece meio que fora da realidade (ao menos da minha), e não sendo o foco no pensamento "to seguindo um objetivo" e, principalmente, a indispensável presença virtual e 'telefonética' de alguns dos seres mais amados do mundo (meus amigos), não sei o que seria de mim.

Após passadas a euforia e as surpresas iniciais, um certo costume com o novo foi sendo criado. Mas nem sempre costume quer dizer familiaridade. Veio o costume de ficar só, depois o de conhecer as novas pessoas ao redor, depois o costume de se identificar mais com algumas delas, de conviver com elas, de conversar sobre o passado ou sobre as mais aleatórias coisas possíveis, de pensar em outra língua, e de sentir falta até da parede do velho quarto. Mas uma coisa nunca será costumeira; a saudade.

Sinto saudades de muito.

Mas a maior saudade de todas talvez seja a da identificação. A do sentimento de pertencer a algum lugar ou a certas pessoas. De pertencer à realidade vivida por todos a sua volta, viver as mesmas jornadas diárias, ter as mesmas conversas, ouvir as mesmas músicas (ou não), as vezes até ter as mesmas frustrações e alegrias, e de se identificar com as vidas que passam ao seu lado pela calçada. De estar acostumado a tudo aquilo que lhe rodeia, não fazendo parecer que tudo o que vivemos aqui, como Scott sempre diz, "seems like a fantasy world".

Pelo infortúnio das não-tão-esperadas diferenças e pela falta daquilo e daqueles que me fazem sentir parte de algo, as portas se abriram pra a solidão. E a insegurança veio junto.
Insegurança fdp que me fez voltar aos anos de adolescência quando tudo era tão forte e de tão importância que as mais sutis palavras, gestos ou indiferenças podiam significar um interlúdio para uma catástrofe sentimental. Ou seja, a insegurança faz achar que nada você é, e que ninguém ao seu redor se importa.
Além de tudo, as expectativas podem ser demais em certos momentos. A incerteza do futuro e a incerteza do  caminho certo podem ser um poço sem fundo ao seu redor quando se já está caindo.
Pois é, eu passei pela "crise dos três meses".

Foi ruim, cruel, triste, e parte do que é preciso pra aprender. Mas no fim de tudo, quando se supera os obstáculos, é como se sua força fosse dobrada. Acho que isso também se chama amadurecimento.
Mas esse crescimento é muito menos doloroso quando se tem alicerces confiáveis. Tive certeza que a distância, embora capaz de separar, não é capaz de destruir tudo que foi construído.
Obrigado a Tina, Filipe, Manuca e Alice, por terem me permitido encher o saco e por me fazerem enxergar tantas coisas quando eu fico meio cego.
Segui também os conselhos de Alanis Morissette ("So Unsexy"), e aos poucos fui voltando a mim mesmo. Acho que o sentimento de saudade e de insegurança (que vem às vezes), nunca irão embora, mas se tem uma coisa que eu aprendi com todos os meus "alicerces", especialmente minha família, foi a enxergar as alegrias da vida nas mais pequenas coisas, nas rotinas do dia-a-dia, nos pequenos momentos que nos fazem sentir vivos.

Sejam eles momentos de simples companhia ou presença...


(Simon)

(Tanvi)

(Max)

(Semay)

(Jordi e Teresa)

...de papos furados à meia noite na escadaria da igreja...


(Patrick, Simon, Nigel, Scott)

...de fazer algo juntos pelo simples prazer de se divertir e ter algo pra ser lembrado depois, o que nos faz lembrar que as amizades podem ser feitas das mais simples coisas...


(a gente "pintando um quadro" pra passar o tempo)

(o "resultado")

...de ver o pôr do sol às margens do rio, falando sobre a vida e bebendo cerveja num frio de 4 graus...






...de fazer aquilo que gosta...


(ajeitando o background)

...ou mesmo de deixar uma fase pra trás e se preparar pra uma nova que está por vir...

(esvaziando o estúdio...)



Entre tantas pequenas coisas podemos ver que aquilo que nos deixa vivos não precisa ser extraordinário, mas basta apenas nos fazer seguir em frente, e que a felicidade, no fim das contas, não é tão difícil assim de ser alcançada.



Enfim... eu passei pela crise dos três meses ;]

2 comentários:

  1. Nossa... Agr q passaram 3 meses...
    Parece q faz tanto tempo =/

    Hj tava indo p facul a tarde e pensei em vc...
    Dos velhos tempos, nós no DA, etc...
    Qndo xeguei em ksa, um e-mail seu!
    Engraçado =D
    Feliz!!!

    Suas palavras e sua experiência vivida aew...
    Todos os seus dramas e tals...
    Td estamos passando aki tbm...
    Estamos sofrendo c vc, amadurecendo c vc e principalmente... Aprendendo c vc...

    Vlw p existir em nossas vidas...
    E sempre q precisar, estamos aki viu ;)

    Bjus

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  2. como eu queria tu por perto......................

    te dar um abraço, dizer que te amo, que você é lindo, que é meu irmão, meu gêmeo.


    ciclos se fechando, outros vão esboçando... Viver é bom demais! Viva, amigo!

    a saudade a gente mata numa música:
    So Pure!;]

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